sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

3 DE FEVEREIRO

 
 
 
 



''Então, os principais sacerdotes o acusavam de muitas coisas. Tornou Pilatos a interrogá-lo? Vê quantas acusações te fazem! Jesus, porém, não respondeu palavra, a ponto de Pilatos muito se admirar.'' (Mc 15.3-5.)
 
Alguns anos depois desse maravilhoso momento de silêncio do Deus-Homem, o apóstolo escreveu o seguinte:
 
''Pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje, quando maltratado, não fazia ameaças.'' (1 Pe 2.23.)
 
 
Esse silêncio era divino. Um simples homem jamais conseguiria ficar calado. E sendo inocente e inculpado, não se deixaria levar ''como cordeiro ao matadouro', para ser como ovelha muda perante seus tosquiadores. Esse silêncio na presença de Pilatos, bem como o que manteve na cruz, em meio a uma agonia indescritível -- que ele rompeu apenas sete vezes, com frases de um profundo significado -- foi o ponto alto de uma vida caracterizada por um silêncio divino. E Cristo viveu circunstâncias nas quais o homem sente necessidade de falar. Primeiro, ficou trinta anos em silêncio, para depois iniciar seu ministério público e seguir sobre a grandiosa beleza da glória do Pai e permaneceu calado ao sofrer à mão dos homens de uma forma incomparável. Além disso, guardou santo silêncio a respeito das bênçãos que derramou sobre outros e dos atos de traição de Judas.
 
Isso é um exemplo para todos os que desejam  os seus passos, para aqueles que querem andar assim como ele andou. É Cristo vivendo de novo nessas pessoas. E como é que esse ideal pode se tornar realidade para nós? Primeiro, temos de ouvir o chamado dele e aceitá-lo (1 Pe 1.15). Depois devemos tomar a cruz de Jesus como sendo nossa cruz, já que, ''se morremos'' nele e com ele, agora podemos viver para Deus. Aí poderemos entender o silêncio de Jesus e guardaremos
 
silêncio ao realizar tarefas humildes entre os homens , sem procurar ser vistos por eles;
 
silêncio a respeito das glórias que vivemos no monte da transfiguração, para que outros não pensem de nós mais do que é devido;
 
silêncio a respeito daqueles que, com a permissão de Deus, nos fizeram acusações, e com relação ao fato de havermos abandonado tudo que nos era mais caro, por amor a ele;
 
silêncio quando nos curvamos para servir exatamente àqueles que nos traíram;
 
silêncio sobre as verdades profundas que Deus nos revelou nos momentos de comunhão no esconderijo do Altíssimo, e que de forma alguma podemos explicar àqueles que ainda não receberam o batismo, sem o qual não podem ser aperfeiçoados espiritualmente;
 
silêncio com relação a indagações que só o Espírito Santo de Deus pode responder; e só responde quando chega a hora certa para esse coração que pergunta, acabando assim com toda dúvida, pois lhe revela gloriosamente Aquele que é a resposta de todas as nossas perguntas;
 
silêncio quando outros nos forçam a assumir uma posição em que parece que rivalizamos com um abençoado servo de Deus; e então resolvemos nos negar a nós mesmos para eliminar o problema, afastando-se sem maiores explicações;
 
silêncio, sim, guardaremos silêncio diante de julgamentos feitos por nossos colegas de fé, que nos criticam e falsamente nos acusam de muitos erros.

                             Senhor, vive tua vida em mim!



(Extraído do Livro: Fontes no Vale - Devocionário Diário, de Lettie Cowman- Editora Betânia, p.37-38)







 

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