Coloco todos os dias o amor em risco. Não há nada em que eu seja pior do que em amar. Saio-me muito melhor na competição que no amor. Sou muito melhor em responder a meus instintos e ambições de ir em frente e deixar minha marca do que em entender como amar meu semelhante. Estou treinado e preparado em habilidades egoístas, em fazer as coisas à minha maneira. E, no entanto, todos os dias deixo de lado o que posso fazer melhor para tentar aquilo em que não sou muito hábil -- abrir-me às frustrações e fracassos no amor, ousando crer que se apaixonar é melhor que ser bem sucedido no orgulho.
Tudo isso é trabalho insalubre; vivo o tempo todo no limiar da derrota. Nunca fiz nenhuma dessas coisas para minha satisfação (ou de qualquer um). Vivo no ventre do dragão e à margem da correnteza.
O Salmo, no entanto, não se concentra nos riscos, mas na ajuda. O trabalho insalubre do discipulado não é assunto do salmo, e sim apenas o seu cenário. O tema é ajuda: ''Bendito seja o SENHOR, que não nos entregou como presa a seus dentes! Escapamos como um passarinho da armadilha dos caçadores; o alçapão se partiu, e nós fugimos! Nossa ajuda está no nome do SENHOR, que fez o céu e a terra.''. Com perigos ou não, a realidade fundamental na qual vivemos é a de que ''o SENHOR esteve ao nosso lado... a nossa ajuda está no nome do SENHOR''.
Ficamos livres de seus dentes caninos,
Livres de Suas armadilhas, livres como um passarinho,
Sua garra está quebrada;
Estamos livres com um passarinho em vôo.
SALMO 124.4-7
(Extraído do Livro: Um ano com Eugene Peterson, meditações diárias para uma vida centrada em Deus; 24 de janeiro, p.35-36)
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