quinta-feira, 14 de julho de 2016

CONSIDERAÇÕES SOBRE O SOFRMENTO HUMANO



 




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Viver na terra é realmente um sofrimento. Quanto mais o homem deseja uma vida espiritual, mais amargo se torna o presente para ele, pois compreende melhor e enxerga claramente os defeitos e a corrupção da natureza humana. Beber e comer, vigília e sono, descanso e trabalho, além das outras necessidades humanas constituem certamente um grande sofrimento para o homem devoto, que alegremente se libertaria delas e ficaria livre de todo o pecado. Na verdade o homem interior é muito sobrecarregado nesse mundo pelas necessidades do corpo, e por esse motivo o profeta rezou para que se libertasse delas o mais rápido possível, quando disse: ''livra-me das minhas aflições.''9
 
Mas, ai daquele que não conhece seu próprio sofrimento e ai daqueles que amam esta vida miserável e corruptível,.Alguns, na verdade, mal conseguem obter suas necessidades, seja por meio do trabalho ou por mendicância; ainda assim, gastam tanto que, se pudessem viver sempre aqui, não se importariam nem um pouco com o reino do Senhor.
 
Quão tolos e sem fé no coração são aqueles que permanecem envolvidos com as coisas terrenas, que não apreciam nada que não seja carnal! Homens miseráveis, sem dúvida, pois, ao final, para o seu desgosto, verão quão baratas e sem valor eram as coisas que amavam.
 
Os santos de Deus e os amigos devotos de Cristo não valorizam o que agrada ao corpo, nem às coisas populares de tempos em tempos. Toda a sua esperança e objetivo são centrados em bens eternos. Todo o seu desejo aponta para o reino eterno e invisível, com receio de que o amor pelo que é visível os arraste para coisas mais baixas.
 
Então não percamos de vista o coração, meu irmãos, ao perseguir a vida espiritual. Ainda há tempo, e a hora ainda não passou. Por que demorar nesse propósito? Ergamo-nos! Comecemos imediatamente  e digamo-nos: ''Agora é o momento de agir, agora é o momento de lutar, agora é o momento certo de corrigir''.
 
 
9.Salmos 24:17.
 
 
(Extraído do Livro: Imitação de Cristo, Tomás de Kempis, Capítulo 22 - Considerações sobre o sofrimento humano, p.51 e 52)













 

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